quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

O PAI É A COLUNA QUE SUSTENTA O EDIFÍCIO FAMILIAR

"A noite de Natal é um símbolo do amor paterno.
As crianças estão à roda da árvore e tudo é alegria buliçosa e beleza cintilante. O fulgor da árvore ilumina também a mãe e fá-la aparecer mais encantadora.
O pai, porém, está na sombra. Chegou em primeiro lugar e deve ir-se embora imediatamente.
Beija-se a mão da mãe, mas mal se repara no grande amor do pai, apesar de ter sido ele quem trouxe a árvore, os enfeites e os presentes. Este é o destino do pai ao longo da vida ....
No entanto, não se deve pensar que, por este motivo, fiquem os pais amargurados ou ciumentos.
Sabem muito bem que o Criador lhes designou uma função diversa da que tem a mãe, e que uma grande verdade se esconde no ditado húngaro: “Dos quatro cantos da casa, três pertencem à mãe e só o quarto é do pai”.
Este livro não pretende de modo nenhum diminuir a dignidade do pai. Sabemos que a mão firme do pai é indispensável na educação dos filhos, mas a sua vida é outra. A sua figura ilumina-se na sua desinteressada dedicação; traz o jugo do trabalho diário e pela sua fronte corre o suor. As suas mãos calosas e as rugas da sua fronte cantam uma canção que não é tão delicada como a canção da mãe mas é de todo necessária. O pai é a coluna que sustenta o edifício familiar, a sua força, o seu construtor, além de ser o seu defensor e o seu paladino.
Para os filhos, é o protótipo do homem, com um não sei quê de seriedade e de majestade. Se quiséssemos diminuir a dignidade paterna, teríamos de fazer calar os grandes testemunhos da história - o próprio poeta Horácio confessava dever tudo a seu pai.
A mãe é a primeira que presta homenagem ao pai, que conta aos filhos o muito que por eles trabalha e se afadiga, lançando deste modo os fundamentos desse respeito de que a família precisa para subsistir".
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Cardeal MINDSZENTY. A Mãe, 2ª ed., Lisboa: Aster, pp. 62-63.

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