"Essas
coisas aparentemente pequenas tornam-se grandes pelo nosso amor. E as
lembranças infantis criam um mundo encantado, misterioso, que faz da vida um
reino quase lendário. Quem sufocou o menino, matou o adulto. A poesia da
infância é duma pureza essencial. Poesia silenciosa, que é devoção. Em velha
casa do vale do Ceará-Mirim, praticamente em ruínas, mas onde o passado deixou
traços permanentes, penetro mesmo à distância para recriar a vida e ouvir
passos e antigas vozes que tornam reais, e até tangíveis, as sombras com que me
encontro nas salas vazias, quase conventuais".
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Nilo
PEREIRA. Espírito de Província, UFP: Recife, 1970, p. 21.
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