(Poema dedicado à Santo Inácio de Loyola).
Bravo soldado em Pamplona,
em vão buscando a vitória,
Inácio tomba ferido,
para de Deus maior glória.
Enquanto espera soldar-se
a sua perna quebrada,
dão-lhe uma Vida de Cristo,
mais a Legenda Dourada.
E o gabinete homem da corte,
o militar de Pamplona,
ao conhecer Jesus Cristo,
por esse Rei se apaixona.
- Se os santos da Áurea Legenda,
mostraram tanto valor,
por que não posso eu, soldado,
servir ao Cristo Senhor?
Se sob duas bandeiras
o mundo está dividido,
daqui em diante, sem medo,
de Jesus tomo o partido.
Como Jacó coxeando
após com um anjo lutar,
Inácio vai decidido
o inimigo enfrentar.
E, aos pés da Virgem negra,
a presidir Monserrate,
depõe a espada terrena,
corre ao celeste combate.
Arregimenta soldados,
para a seu lado lutar
e o santo nome de Cristo
ao Novo Mundo levar.
E ao Brasil nos envia,
com sua negra roupeta,
quem nosso povo batiza
e tem o nome de Anchieta.
Rendamos glória à Trindade,
ao Pai, que o seu filho envia;
também ao Espírito Santo,
que desceu sobre Maria.
Dom Marcos Barbosa
“Aí está - dizia eu - a verdade do homem. Ele só existe para a sua alma. À testa da minha cidade, porei poetas e padres. E eles farão desabrochar o coração dos homens” (Saint-Exupéry. Cidadela, XXI).
sexta-feira, 26 de junho de 2020
A Rosa
(Poema dedicado à Santa Rosa de Lima).
Com ela sucede
coisa curiosa:
branca ou amarela,
continua rosa.
Rainha das flores,
o que mais a encanta
é virar mulher
e até mesmo santa.
Pois Rosa de Lima,
que em Lima nascera,
um nome diverso
dos pais recebera.
São Turíbio, bispo,
foi quem a batizou
e o nome de Isabela
nela colocou.
Mas o povo todo
(oh, como é formosa!)
passou a chamá-la
somente de Rosa.
Até Jesus Cristo,
numa aparição:
"És rosa (lhe disse)
do meu coração!"
Tomou-o por noivo,
não quis se casar;
no quintal da casa
passou a morar.
Rosas cultivava,
mas não as vendia;
com seu corpo e sangue,
Jesus a nutria.
Ia visitá-la
um frade médico
e barbeiro,
hoje São Martinho.
Por brancos e negros,
por índios rezava,
enquanto Jesus
com ela falava.
Deu-lhe a Igreja o dia
vinte e três de agosto.
- Padroeira da América,
não deixes teu posto!
Dom Marcos Barbosa. Poema para as crianças e alguns adultos. Rio de Janeiro: 1944. p. 100-101.
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