"Noutros
tempos, todas as famílias, mesmo as mais humildes do povo, tinham o seu livro
familiar em que se anotavam os nascimentos e os batizados, as bodas e
falecimentos, acrescentando-se aqui e acolá observações especiais. Nas páginas
desses livros manifesta-se, nobre e sólido um firme espírito familiar. Muito
mais do que uma herança em quintas, campos, bosques ou dinheiro devemos
apreciar o legado do espírito. Os bens dos antepassados não fazem uma família,
porque depois de perdidos podem recuperar-se outra vez. Porém, se desaparecem
os bens espirituais de uma família - a fidelidade, o amor, a união - desaparece
a sua alma e apenas fica um corpo inerte que a morte vai conquistando para si
sem que o possam ressuscitar as maiores riquezas. Não se pode descurar esse
fogo sagrado que é a alma da família".
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Cardeal
MINDSZENTY. A Mãe, 2ª ed., Lisboa: Aster, p. 51.
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