Rda. Madre Marie Cronier – 1857-1937
Fundadora e primeira Abadessa do Mosteiro de
Sainte-Scholastique de Dourgne
Domingo, 8 de abril – Sentido:
Jesus falou-me muito das virtudes interiores. Ele deseja que não haja nem movimento, nem uma palavra sequer, por parte daquela de quem gosta tanto, que não seja regulada pela Sua Graça. Compreendi toda a extensão que ele dava às virtudes interiores, humildes, desconhecidas, escondidas.
Jesus falou-me muito das virtudes interiores. Ele deseja que não haja nem movimento, nem uma palavra sequer, por parte daquela de quem gosta tanto, que não seja regulada pela Sua Graça. Compreendi toda a extensão que ele dava às virtudes interiores, humildes, desconhecidas, escondidas.
Compreendi sobre tudo que ele era a Luz
e a Verdade. Inundava minha alma com seus divinos raios que lhe permitem
perceber a santidade verdadeira, prática, profunda… Prometeu-me sua luz e
disse-me que este era o dom maior que pudesse me dar neste mundo. Esta luz
divina que ilumina, que revela a santidade, os preciosos segredos de Jesus,
esta luz divina que traz o calor, o amor.
Voltando às virtudes interiores,
pediu-me que amasse muito essas humildes virtudes cuja existência ninguém
suspeita e cuja beleza somente Ele, sozinho, pode conhecer, e acrescentou: nunca
pronuncie uma palavra em teu próprio louvor, evite freqüentemente uma palavra,
um gesto, um olhar; caminhe até perder de vista com essas preciosas virtudes
escondidas; prefira o silêncio, ame passar despercebida, não pronuncie jamais
uma palavra inútil, sempre comigo, sempre habilidosa em te esconder atrás do
silêncio, da paz, do esquecimento das criaturas; caminhe, caminhe. A perfeição
não tem limites – caminhe sempre mais para frente.
Remova cada dia os menores grãos de
poeira. Essas virtudes tão humildes, tão pequenas na aparência, são abismos que
a alma pode sempre aprofundar; minha filha, essas virtudes tão humildes, tão
modestas, são também tesouros que encantam meu divino Coração. Olhe para a
minha divina Mãe e contemple esta obra-prima das virtudes interiores. Quero que
nelas você progrida muito. Para tanto, seja amável, mas com uma suave gravidade
e um tanto séria, seja paciente sem que se possa perceber tal ato de paciência
de sua parte; sem que se possa descobrir se algo te contrista ou te irrita;
seja tão boa que nada possa anuviar teu rosto, mas sempre com suave seriedade,
seja tão caridosa que teus lábios nunca profiram a menor crítica; esteja sempre
pronta a esquecer, a perdoar, a ajudar.
Seja tão discreta que passe
despercebida.
Ao agir, faça pouco barulho; al falar,
diga poucas palavras, submete tua vontade cada vez que for possível sem faltar
aos deveres; aceita a opinião dos outros por condescendência, por virtude: teu
Jesus dar-te-á tato, a finura necessários para agir no momento certo, sem
fraqueza, sem abuso.
Procura mortificar-se em cada encontro
com tanta boa vontade e finura que somente Jesus seja testemunha.
Procura ser esquecida, não fala de ti
mesma nem bem, nem mal: tenha sempre um sorriso nos lábios e com tanta simplicidade
que a própria virtude pareça natural aos olhos de todos; ficará minorada pela
grandeza de sua própria perfeição.
Tendo falado assim, Jesus pediu-me
ainda a coragem paciente, generosa, constante, exigida por este esforço
interior praticado, tão mortificante, tão escondido, tão extenso, tão perpétuo…
Eu mesma notei algumas imperfeições,
algumas palavras inúteis, uma precipitação exagerada numa ação, um instante de
tristeza exagerada ao pensar na separação que tanto me fere. Mas procurarei
fazer melhor amanhã.
Jesus deu-me a entender que se tratava
de um trabalho para toda a minha vida e que o importante era nunca estar
satisfeita, nunca descansar.
9 de abril.
Ele me pede não fazer nada que seja
inútil: vou me esforçar com afinco… nada de natural, tudo com acalma, tudo sem
barulho, tudo com mansidão, mesmo se for interrompida vinte vezes, tudo sem
vontade própria mas unicamente pela vontade d’ Ele, de tal forma que esteja
pronta a tudo deixar, tudo abandonar; enfim, um desprendimento total de modo a
não me deixar cativar nem por um instante, escolher as tarefas menos atraentes.
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Fonte: http://beneditinos.org.br/2012/02/programa-de-santidade/
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