“Uma criança cresce no meio dos seus
brinquedos, entre bonecas e bugigangas. É uma criança gentil, porém, como todas
as outras, coração cheio de felicidade comunicativa. Desde cedo tem uma vontade
constante de repartir essa felicidade com os outros. Seu coração se enaltece
com os sacrifícios, se enriquece de virtudes heroicas. Porque? Não há resposta,
senão esta: porque Deus é bom, porque o homem tem uma finalidade elevada e porque
cada dia é um novo prodígio de luz e de misericórdia.
O poeta brasileiro compreendeu esse
segredo divino. Transmitindo a sua alegria à nossa alma, sua voz jubilosa nos
dá uma profunda prova da universalidade da comunhão no êxtase, que é a comunhão
dos santos. Lutas, sofrimentos e vitória da Igreja, que é isso senão a
felicidade em preparo, a posse de amanhã?
Uma criança achou o máximo dessa
felicidade, o máximo que é dado a uma criatura humana alcançar neste mundo, uma
criança fraca e tuberculosa, sem êxtases extraordinários, sem vícios nem
excepcionais penitencias. Ela conseguiu descobrir o segredo do sublime
cotidiano.
Nada de glórias, de honras ou de
genialidade; Santa Teresinha procurava só a felicidade das obrigações simples,
dos sacrifícios simples, do espirito de infância.
Santa Teresinha ensina-nos a grandeza
do cotidiano”.
*****
Trecho do artigo do
poeta católico holandês ANTON VAN DUINKERKEN, publicado em 8 de janeiro de
1938, a propósito do aparecimento da tradução francesa do ensaio do diplomata
e grande poeta RIBEIRO COUTO (12.03.1898 — 30.05.1963) sobre SANTA TERESINHA.
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