A pureza de alma das crianças deve ser
cuidada pela mãe com especialíssima dedicação, porque a pureza e a delicadeza
interior são pressupostos do verdadeiro carácter. A pureza da alma infantil é
como o cristal e basta um só hálito para a embaciar. A mãe nunca pensa que o
filho é ainda muito novo e que ainda não compreende. Por isso põe especial atenção
nos jogos das crianças, e procura evitar os excitantes da sensibilidade do
filho e tudo quanto possa fazê-lo mole e sonhador. Certas bebidas ou comidas, a
solidão, o excessivo comodismo nas posições, etc., são prejudiciais. Na mesma
ordem de ideias, é preciso pôr em relevo, com insistência, esse fato do
problema habitacional, que obriga a deitar as crianças na mesma cama. Deve ser
evitado sempre que for possível.
Os pedagogos constataram o facto de
que sessenta por cento das crianças atravessaram, dos três para os seis anos de
idade, uma grave crise moral. Pode acontecer que nesses anos da infância
estejam a faltar, à sua maneira, contra o sexto mandamento sem que os pais
tenham a menor suspeita. O abraçar e beijar demasiado as crianças nem sempre é
conveniente e um bocado de aspereza não faz mal nenhum. Oxalá todas as mães
tenham o dom de educar os seus filhos na mais rigorosa moralidade e na mais
delicada pureza!
Cardeal MINDSZENTY. A Mãe, 2ª ed.,
Lisboa: Aster, pp.208-209.
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