sexta-feira, 26 de junho de 2020

A Rosa



(Poema dedicado à Santa Rosa de Lima).

Com ela sucede
coisa curiosa:
branca ou amarela,
continua rosa.

Rainha das flores,
o que mais a encanta
é virar mulher
e até mesmo santa.

Pois Rosa de Lima,
que em Lima nascera,
um nome diverso
dos pais recebera.

São Turíbio, bispo,
foi quem a batizou
e o nome de Isabela
nela colocou.

Mas o povo todo
(oh, como é formosa!)
passou a chamá-la
somente de Rosa.

Até Jesus Cristo,
numa aparição:
"És rosa (lhe disse)
do meu coração!"

Tomou-o por noivo,
não quis se casar;
no quintal da casa
passou a morar.

Rosas cultivava,
mas não as vendia;
com seu corpo e sangue,
Jesus a nutria.

Ia visitá-la
um frade médico
e barbeiro,
hoje São Martinho.

Por brancos e negros,
por índios rezava,
enquanto Jesus
com ela falava.

Deu-lhe a Igreja o dia
vinte e três de agosto.
- Padroeira da América,
não deixes teu posto!

Dom Marcos Barbosa. Poema para as crianças e alguns adultos. Rio de Janeiro: 1944. p. 100-101.




Nenhum comentário:

Postar um comentário