quinta-feira, 2 de agosto de 2018

LONGE DOS OLHOS DE DEUS NÃO SE CONSERVAM PUROS OS CORAÇÕES


O coração que desabrocha é o que há de mais belo na criança. Il est si beau l'enfant avec son doux sourire (V. Hugo). Que candura naqueles olhos inocentes. Como sustentam abertos e serenos e sem pestanejar o olhar penetrante e investigador das mães que descem até às profundezas da alma! Que espontaneidade de sentimentos, que sensibilidade e que ternura! Belo, porém, como uma rosa que desabrocha, o coração infantil é delicado como um lírio. Para conservar-lhe a candura virginal, só uma atmosfera religiosa. Longe dos olhos de Deus, longe da hóstia imaculada, não se conservam puros os corações. Bem cedo, o vício precoce passa, como o vento abrasado do deserto crestando toda aquela vida em primavera. Nos olhos empana-se o brilho da inocência; morre-lhe nos lábios o sorriso da alegria, o coração fecha-se numa melancolia taciturna. A alma já não encontra entusiasmos que ecoem simpáticos aos sentimentos nobres.

Padre Leonel Franca. A formação da personalidade, Rio de Janeiro: Agir, p. 31.




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